Sidney Pinho Junior

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

PRIVATIZAR NÃO É PECADO, ENTREGAR SIM!!!


Reflitamos todos! Que as privatizações das TELES era um mal necessário isso ninguém tem dúvida, mesmo aqueles mais extremistas e que são até absurdamente à favor da estatização do estado!

Entretanto diletos amigos, o que deveríamos discutir não é a “privataria” em si, mas os meios e as formas pelas quais tais acontecimentos se deram.

Francamente, privatizar é um verbo a ser conjugado quando o estado não tem capacidade para gerir os negócios e as empresas que criou para suprir necessidades de infra-estrutura e o faz com incompetência, alto custo e sacrifícios da sociedade, como acontecia não só com as TELES mas como também com os bancos dos estados, sempre utilizados por todos os governos, em sua grande maioria de direita, a fim de financiar seus “interesses”, nem sempre legítimos ou verdadeiros.

Ocorre que justamente na ausência do capital privado que sempre se exime de fazer, de instalar, de viabilizar e de prover as necessidades da sociedade, da nação e dos cidadãos, é o “estado” que acaba tendo que arcar com os investimentos necessários para que os cidadãos tenham acesso a serviços públicos de qualidade!

A verdade é que não se tem notícia de qualquer interesse da “iniciativa privada” em construir ESTRADAS, urbanizar favelas, construir HIDRELÉTRICAS, construir ESTÁDIOS, prover SANEAMENTO BÁSICO enfim, não se tem notícia de que os “empresários” queiram ou se preocupem em CONSTRUIR, mas sempre mostram suas “caras de pau” quando a questão é ADMINISTRAR o que o estado constrói e promove!

Vejamos os casos das estradas federais, sobretudo e, como exemplo os casos das BR´s 316 no trecho entre SP e RJ e, a Ponte Rio – Niterói, trecho da BR 101 que liga a capital Fluminense à Região dos Lagos!

Não há um centavo de capital privado na construção de rodovias; não há um centavo de capital privado na construção de hospitais públicos, de hidrelétricas, de pontes, de ruas, estradas, redes de esgoto, pesquisa de petróleo e tantas outras emergências consideradas estratégicas para o desenvolvimento e crescimento do país. Mas não param de pressionar, de ameaçar e de querer impor que a administração de tudo que o “estado” constrói às custas do sacrifício de todos os contribuintes, a ela, a “INICIATIVA PRIVADA” seja entregue para que explorem as grandes lucratividades que resultam justamente do investimento que sempre se negaram fazer! Julgam-se mais e melhores que o próprio estado, acima dos interesses da nação e, quando conseguem impor que seus interesses sejam satisfeitos, a fim de que alimentemos seus lucros estratosféricos, ainda querem que as privatizações sejam feitas com financiamento público; um absurdo que ninguém quer discutir!

Creio que PRIVATIZAR é um verbo a ser conjugado sim, não por este governo mas por todos os governos que querem ser sérios e à favor do desenvolvimento e do bem estar social e econômico; entretanto meus caros amigos, haveremos de estabelecer critérios que balizem tais atos que podem se tornar lesivos aos interesses da nação e de seus cidadãos!

No caso da privatização das TELES especialmente, é inegável que havia a necessidade de que tal fosse feito, visto a incapacidade dos estados proverem as necessidades dos cidadãos em ter acesso aos serviços de telecomunicações; não há dúvida que deveria ter sido feita!

No caso dos BANCOS dos estados, também não há o que se discutir! Estas instituições financeiras só serviam aos interesses dos políticos, nunca de seus estados ou de seus cidadãos.

Já a privatização da CIA. VALE DO RIO DOCE foi imperdoável! Como se entrega ao capital privado uma gigante mundial, lucrativa, forte, competitiva, poderosa e estratégica para o crescimento do país, muitíssimo abaixo de seu real valor de mercado, através de financiamento público e sem que tenha havido um grande debate nacional e consultas públicas para que tal se desse? Como? A resposta é ENTREGUISMO!!!

Não quero e não faço apologia a estatização, não, nunca! O que quero como cidadão, como contribuinte e como brasileiro é que, no mínimo, se procedam privatizações sim, mas depois de uma ampla discussão com a sociedade, depois de estabelecimentos de critérios legítimos, verdadeiros e que contemplem em primeiríssimo lugar os interesses do Brasil e dos brasileiro, nunca do capital privado!!!

Que se fale e até na privatização da PETROBRÁS, do BANCO DO BRASIL, da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, dos porto, aeroportos enfim, mas tratemos tais assuntos com o respeito e o real interesse e valor que tais instituições representam para o Brasil e para seus cidadãos! Que se avalie a importância estratégica destas empresas e aquilatemos seus verdadeiros valores para a nação! Não apenas seus valores econômicos, sociais e até mesmo emocionais, mas principalmente seus valores estratégicos!

Conjugar o verbo PRIVATIZAR não é e nunca será PECADO!

ENTREGAR é o verbo que não podemos aceitar; independente de nossas convicções políticas!!!

Por ser exata e radicalmente contra a “privataria”, voto DILMA!

Por JR Sidney

Um comentário:

  1. Mais uma vez sua lucidez me assombra. Sabe JR nunca olhei as privatizações pelo prisma proposto neste seu texto; simplesmente esclarecedor.
    Me permita apenas discordar em um ponto. Privatizar a Petrobras e a plataforma do pré-sal é absolutamente inadmissível.
    Mas sua visão sobre privatização está correto.

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