Sidney Pinho Junior

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O NOVO GOVERNO E NÓS, OS BRASILEIROS

Colocando-me neste momento apenas como cidadão, interessado em ver, por fim, todos os nossos problemas e anseios finalmente absorvidos pelo novo governo que, de direito, há de se obrigar na busca das urgentes soluções e, tomo para mim o direito de sugerir ao novo governo atenção às questões de que sempre falamos mas que, nunca temos solução.

Cabe ainda perguntar, não somente eu, mas todos nós, brasileiros de hoje e os do futuro, os jovens que aí estão pouquíssimos preocupados com os rumos da nação; sim, principalmente os do futuro, pois o legado que deixaremos depende em muito do que hoje exigimos de nossos governantes é; o que os senhores eleitos e reeleitos, deputados estaduais e distritais, deputados federais, senadores, governadores e principalmente nosso próximo presidente (sinceramente espero que seja... “nossa próxima presidenta”...), pretendem para nós, para o Brasil e para os brasileiros?

Lamentavelmente assistimos, todos meio atônitos e incrédulos, a pior campanha política dos últimos anos; aliás, a pior desde a época da redemocratização. Tsunamis de denúncias, baixarias, caluniamentos, factóides e um estrondoso vulcão de corrupção que agora na reta final ainda mostra sua face mais torpe e cara de pau. Denunciado pelo jornal Folha de São Paulo, as licitações das obras de expansão do metrô paulistano já estavam decididas há quase um ano e que em abril passado se consolidou, temos que assistir ao ex-governador Serra, gritando em plena praia de Copacabana que o Brasil não precisa mais de corrupção... que mentiroso!!!

Mas voltemos ao que interessa. É claro que não podemos esperar que um governo, com quatro anos para agir, para trabalhar, consiga resolver problemas crônicos de uma nação capenga que vinha construindo o nada por mais de cem anos, na verdade cento e três anos de república até a era FHC; república esta proclamada em nome da liberdade, da democracia e do desenvolvimento... lemas que nos impuseram na verdade, prisão à pobreza e à miséria do povo, democracia para as elites e oligarquias e o subdesenvolvimento cruel que nos perseguia até há pouco.

Haveremos de reconhecer no entanto que FHC, em seu primeiro mandato, de fato, iniciou uma nova era, de esperança, de estabilidade econômica e de segurança monetária, verdade incontestável, mas foi só. Nós acreditamos em FHC e, a maioria como eu nele confiou concedendo-lhe um segundo mandato, certos de que se tivesse mais quatro anos FHC faria muito pelo Brasil e pelos Brasileiros; não foi o que aconteceu!

Com a ausência total de investimento em infra-estrutura, vieram os apagões, a insegurança pública, o caos na educação, o caos aéreo (eclodido já no governo Lula), o caos na saúde pública (a explosão da dengue em todo Brasil é o maior exemplo), o caos nas rodovias federais (quem gosta de viajar de automóvel pelo país, como eu, sabe muito bem do que estou falando...) enfim, foram quatro anos de retrocesso.

Não podemos negar que houve significativo avanço nas telecomunicações com a privatização das teles, inegavelmente, a despeito do modelo privatizante, houveram avanços sim e, creio, estamos a caminho de alcançar a maioridade neste setor se, a ANATEL, de fato, neste próximo governo cumprir seu papel de agência reguladora. É o mínimo que dela se espera.

As mudanças começaram lá em 1992 com o impeachment de Collor, e um ano depois com a adoção do plano real enfim, avançaram entre 1995 e 1998 no primeiro mandato de FHC,  mas lamentavelmente se perderam entre 1999 e 2002. Retomamos o rumo à partir da eleição do operário Lula e, avançamos muito, pois Lula teve a coragem de “mexer na ferida”; cuidou dos pobres, dos mais necessitados, fortaleceu a classe média, tirou dezenas de milhares de brasileiros da linha da miséria e da pobreza extrema, fortaleceu o real enfim, fez muito quando dele não se esperava boa coisa.

Fortalecido e com o reconhecimento popular em alta foi reeleito presidente, apesar da suja campanha de difamação e calúnias que lhe foram impostas por seus históricos adversários. Ávido por acertar colocou as “pessoas certas” nos “lugares certos” e na “hora certa”, mas eles não corresponderam! Roubaram, mentiram, traíram e se locupletaram à partir da confiança neles depositadas pelo operário presidente que, não fosse forte e inteligente como é, teria perdido o rumo e certamente o mandato!

Lula fortaleceu o Brasil internacionalmente, quitou a dívida com o FMI, dívida considerada impagável e fortaleceu ainda mais o real. Tratou de independer o Brasil diante do mundo e ao liderar o fracasso da “ALCA” fortaleceu o Mercosul conquistando ainda mais respeito para o Brasil, principalmente da CEE e do bloco dos países asiáticos.

Lula enterrou o G7 e fez as potências econômicas mundiais reconhecerem o G20. Fortaleceu e estabeleceu parcerias estratégicas com os países emergentes e ao ajudar a construir o respeitado BRIC, passou a ter direito de pleitear uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONU, com amplo apoio internacional. Liderou as iniciativas de reação mundial aos problemas do meio ambiente, opondo-se e se fazendo ouvir por aqueles que jamais levaram o Brasil à sério.

O Brasil fez história ao liderar discussões de paz e mediação de conflitos internacionais que, contestem ou não, refrearam as más intenções norte-americanas de promover nova invasão a um país do oriente médio, evitando assim mais uma “guerra santa” contra o “terrorismo” padronizado pelos EUA e se fez ouvir em todos os cantos do mundo, como jamais a diplomacia brasileira havia sido ouvida em todos os tempos!

O Governo Lula enfrentou a crise mundial que destruiu as economias de potências históricas e que até hoje não se recuperaram. Enfrentou e venceu com sabedoria e, tão seguro estava nosso governo que a tsunami que arrasou todos os grandes, de fato, não passou de “marolinha” no Brasil. Combateu a crise com medidas inteligentes, favoreceu e fortaleceu a indústria e o comércio com a redução dos impostos, incentivou e impulsionou a construção civil com programas fortes como o “Minha Casa Minha Vida”e, com tais ações firmes, corajosas e inteligentes gerou milhões de postos de trabalho.

Criou o PAC e teve a coragem de começar a pacificar comunidades, levando obras de infra-estrutura e policiamento para as comunidades carentes, para as favelas e morros historicamente dominadas por bandidos e pelo crime organizado. Implementou as obras das Ferrovias Norte-Sul e Transnordestina. Reestruturou a construção naval, aniquilada no segundo governo FHC. Popularizou e fortaleceu o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal abrindo as portas destas centenárias instituições a milhares de brasileiros que jamais tinham conseguido ter uma conta em qualquer banco. Ampliou o crédito para as micro e pequenas empresas, desonerou as grandes e as fortaleceu enfim, foram tantas as conquistas nestes oito anos de governo Lula que, os casos de corrupção, os escândalos e as falcatruas cometidas por gente, tidas de confiança, não abalaram jamais o prestígio do presidente.

Não há como se negar que o Brasil está mudando, que está sendo reconstruído e, mesmo que as vozes em contrário sejam muitas, o são por que querem aproveitar tudo de bom que o governo fez e conquistou para o Brasil e para os brasileiros. Não há como se negar que as mudanças mexeram com a auto-estima de todos, que as coisas estão menos difíceis que antes, que há esperança num país cada vez melhor, que “estamos no rumo certo”!

E o que fazer agora? O que deverá ser prioritário para o novo governo?

Bem, em primeiro lugar, não podemos esquecer que todos os passos dados até aqui, que todas as conquistas alcançadas hão de ser consolidadas e, não cabem mudanças de rumo, não cabem improvisos de nova ordem, não cabem contestações ou teimosias político-partidárias e, o ou a próximo(a) presidente do Brasil tem que continuar a construir esta estrada de prosperidade, sob pena de haver sim, um retrocesso que seria devastador para o país e, se assim fosse, haveríamos todos de sermos vítimas de um grande desastre.

Mas o novo ou a nova presidente sabem muito bem disso e o senhor José Serra também o sabe; sabe que se eleito, há de ser a “Dilma Rousseff” que Lula vem preparando há anos, após perderem-se pelo caminho outros mais prováveis sucessores.

Não é verdade que Dilma não está preparada como pretendeu nos impor a campanha de José Serra. Ela está preparadíssima e pronta para continuar, pronta para avançar mais, pronta para surpreender até os mais incrédulos e, há de fazê-lo!

Mas o novo governo precisará olhar mais firmemente para as questões fundamentais da nação, as questões que ainda não puderam ser tratadas devido ao grande acumulo da bagunça dos primeiros cento e três anos de república!

E as necessidades são muitas; a discriminação da mulher certamente será nocauteada com Dilma na presidência, mas ainda existem outras questões fundamentais como o “combate ao racismo” (de verdade e não somente com Leis pouco aplicáveis), o combate a “homofobia” deve estar na ordem do dia. Especial atenção com a biodiversidade e o desmatamento, super atenção com as drogas e com o narcotráfico que passa pelo estabelecimento de uma política de fronteiras nova e que envolva ainda mais as forças armadas, cuidar como se fosse um bibelô de alta estimação as questões da infra-estrutura, das estradas, dos portos e aeroportos; não podemos esquecer que a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 serão aqui e nós seremos o centro do mundo. A segurança pública, em todo o país precisa de grandes investimentos, sobretudo em inteligência policial. A corrupção precisa ser tratada como “caso de estado” e não mais como deslizes políticos. Há de se tratar da reforma do Judiciário e da Previdência Social em regime de emergência; continuar cuidando da inclusão social, que passa necessariamente por reforma tributária enfim. São tantas necessidades prementes, todas urgentes que será necessário um grande esforço da nação e não só da nova presidente. Precisamos nos conscientizar todos, pois estamos numa das “curvas da história” e, não podemos perder o rumo logo agora!

Precisamos de todos, de todas as consciências de todos os brasileiros, vivos e mortos!

Por tudo isso, eu, JR Sidney, votarei em Dilma Rousseff, sem medo de ser feliz!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário foi enviado com sucesso e será publicado assim que o administrador aprová-lo. Ficando sujeito ainda a não ser publicado, no caso de conter comentários racistas, preconceituosos, ofensas ao blogueiro ou a outros participantes e calúnias à pessoas, reservando-se o autor o direito de excluí-lo a qualquer tempo.
Poderá ser ainda seu comentário, merecedor de resposta. Obrigado por participar!